O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (25) dados inéditos do Censo Demográfico de 2022, revelando um aumento significativo no número de brasileiros que vivem sozinhos, especialmente entre os idosos. O levantamento mostra que o percentual de domicílios unipessoais, onde reside apenas uma pessoa, subiu de 12,2% em 2010 para 18,9% em 2022. Entre esses lares, o maior grupo é formado por pessoas com 60 anos ou mais, representando 28,7% do total.
O pesquisador do IBGE, Márcio Minamigushi, explica que esse crescimento está intimamente ligado ao envelhecimento populacional: “Os parceiros morrem, os filhos saem de casa, e as pessoas vão ficando sozinhas.” Segundo o Censo, mais de cinco milhões de idosos vivem sozinhos no país, com São Paulo concentrando o maior número, totalizando 1.336.761 pessoas nessa situação.
Concentração por estado
Os dados mostram uma variação regional significativa. Os estados com maiores proporções de lares unipessoais estão no Rio de Janeiro (23,4%), Rio Grande do Sul (22,3%) e Espírito Santo (20,6%), regiões também associadas ao envelhecimento da população. Em contraste, os menores índices de residências com apenas um morador foram observados no Amapá (12,0%), Amazonas (13,0%) e Pará (13,5%), estados que possuem a população mais jovem do país.
Impactos do envelhecimento e desafios futuros
O aumento do número de idosos vivendo sozinhos traz novos desafios para a estrutura social e a formulação de políticas públicas, incluindo assistência, saúde e segurança. Com o avanço da expectativa de vida e as mudanças nos arranjos familiares, o país enfrenta o desafio de oferecer um suporte adequado para essa parcela da população que, cada vez mais, vive de forma independente.
O estudo do IBGE traz à tona uma realidade que deve impactar as próximas décadas, evidenciando a necessidade de programas voltados ao bem-estar e à inclusão dos idosos em uma sociedade cada vez mais envelhecida.